30 de maio de 2012

The end


Lisboa, 30 de Maio de 2012.
Dear My Love,

Hoje perguntaste-me "O que se passa princesa?" ao veres-me chorar, e desatas-te a rir. Se isto é atitude de uma pessoa normal e de um homem eu vou só ali afogar-me e já venho, asério, eu nunca pensei que tu fosses assim, que tu fosses capaz de mudar por pessoas que são más influências para ti e por pessoas que te gozam nas tuas costas. Mas nós, os teus verdadeiros amigos tentamos abrir os teus olhos mas tu não nos ligas nenhuma, simplesmente limitas-te a ignorar-nos como se nunca tivéssemos sido nada para ti, como se fossemos uma prateleira. Tu mudas-te tanto, mas sabes o que eu sempre ouvi dizer? Que as pessoas nunca mudam, apenas demonstram aquilo que sempre foram lá no fundo, por mais escondido que seja. Mas eu acho que essa expressão não é bem verdade, especialmente neste caso. Eu fiquei com uma enorme vontade de colar a minha palma da mão na tua cara, assim com toda a minha força e descarregar a raiva. Eu não te percebo, porque tudo isto? Raiva? Mas então raiva de quê? O que é que nós te fizemos? Nada. Se estás assim pela morte do Martin, escusas de ficar assim e dizer-nos nas costas que nós já não nos lembramos dele, porque olha, eu lembro-me dele todos os dias, eu choro por ele quando chego a casa sem ninguém me ver, tu nem dás por isso, tu nem sabes o que todos nós sofremos... Talvez sejas tu que não te importas com ele, talvez sejas tu que já te esqueces-te dele. Sabes que ele, se ainda estivesse entre nós, não gostaria nada da tua atitude, não sabes? Tu eras o seu melhor amigo, ele confiava em ti e tu disseste que nunca te esquecerias dele, disseste que nunca o irias trocar por mais ninguém. Mas no entanto agora andas por ai a fumar e a fazeres essas grandes porcarias com os teus "amigos", tu sem dares por isso já trocaste o Martin, não foi?! Ninguém te proíbe disso, eu acho muito bem que tu queiras mudar o rumo da tua vida mas eu aconselho-te que desse geito não vais a lado nenhum. Eu pessoalmente não quero que tu andes por aí como nós, infelizes da vida e a chorar por todos os cantos, quero que tu sejas feliz, porque tu mereces. Mas com essas atitudes não mereces, asério. Hoje eu vou-me embora porque não aguento mais isto, não aguent lembrar-me dos momentos que passamos os dois bem juntos neste lugar, não me consigo esquecer do Martin neste sítio, neste lugar... Eu vou mudar, tentar recomeçar uma vida nova, depois de ter enfrentado os problemas. Acredita que eu não estou a fugir nem algo que se parece, apenas acabei de enfrentar os problemas e mudei, como tu, porque eu também tenho esse direito. Eu já cheguei a estes novos terrenos, são maravilhosos mas tu nem te deves ter apercebido nem importado com o meu desaparecimento. Apenas informei os meus amigos, esse foi um dos motivos pelo qual me encontras-te a chorar rodeada deles, acho que te vais arrepender... Ou não. Esta será a última carta para ti.

Com amor.

4 comentários:

Anónimo disse...

As pessoas mudam e cabe-nos a nós decidir se continuam a valer a pena... Força :)

♥ marta. disse...

sabes, na verdade também não acredito na expressão que todos tomam pela boca. as pessoas podem simplesmente mudar e não ser uma revelação. as pessoas mudam, tornam-se outras. todos mudamos ao longo do tempo, mas a diferença é que uns mudam para melhor, outros, para pior. às vezes não vale a pena levantar alguém que nem sequer se importa com a nossa caída. é verdade que devemos permanecer intactos face aos sentimentos, mas não temos que ser um boneco articulado e estar e ir embora. estar e ir embora, como os outros nos fazem. tenta encontrar o melhor para ti, por mais que isso possa doer, no início. não tens que ficar presa, porque o caminho é sempre em frente. ah e força :)

Bárbara Silva disse...

É o teu estilo ? Ainda bem :)

Sara C. disse...

Obrigada pelo apoio, é muito importante para mim (:
Mas às vezes é tão dificil gostar de nós.
Fiquei sem palavras ao ler este post, só te tenho a dizer para teres força, MUITA FORÇA!